Coisas boas acontecem quando menos esperamos

O ANTES e o DEPOIS no combate ao excesso de peso

Nunca na vida tinha pesado tanto como este ano em que a balança chegou a marcar precisamente 64Kg! ‘Está parva’, dizia eu… Fugia dela como o Diabo foge da cruz. Fazia dieta atrás de dieta, inibia-me de comer determinadas coisas por alguns períodos de tempo mas depois, depois fazia um dia de asneira que boicotava tudo o que tinha conseguido até então.

Todas as segundas-feiras eram sinónimo de recomeçar a dieta porque aos fins-de-semana estragava tudo. Vivia infeliz, descontente, sem roupa para vestir e recusava-me entrar numa loja que fosse para experimentar o que quer que seja. Ver-me ao espelho já era difícil e de corpo inteiro então nem se fala. Era mau, muito mau, mas o pior de tudo era quando tentava esconder de mim mesma o mau que era, era quase como se escondesse o lixo debaixo do tapete. Sentia-me observada quando comia e quando não comia; sentia uma fome negra quase a toda a hora só por saber que não podia comer! Esperei e esperei pelo dia em que a minha cabeça fizesse click mas ela teimava em não fazer… Começava uma dieta e na hora do almoço ficava desesperada e só me apetecia comer porcarias, fosse um croquete, uma trouxa de carne ou um chocolate de leite do Minipreço (todo de uma vez). Tentava aplicar aqueles truques que funcionam com algumas pessoas como por exemplo, ter chocolate negro na secretária e comer um quadradinho quando precisasse. Mentira, apesar de nem sequer gostar, não conseguia ficar por um quadrado… Depois havia alturas em que até conseguia fazer as coisas direitinhas por 2, 3 ou até mesmo 4 semanas mas os resultados eram lentos, demasiados lentos para a minha ansiedade o que me levava a desistir.

Depois, comprava livros na esperança de me inspirar com alguma coisa e chegava a ser criticada e ouvir ‘Outro livro de dieta? Mais um?’  lia-os de seguida e encostava-os a um canto. Nada daquilo era novo para mim, com a diferença que quem os escrevia tinha conseguido resultados positivos e eu não! Mais uma frustração. Lembro-me de ler o livro da Catarina Beato e sentir a tal inveja ‘corrosiva’, ler o blog dela e não conseguir deixar de ficar pior ainda porque ela tinha conseguido e eu não! Ela comia imenso e eu não (sim, porque apesar de tudo, as minhas refeições principais e pequeno-almoço sempre foram equilibrados).

Lembro-me de não ver a luz ao fundo do túnel, lembro-me de me apetecer fechar a porta, não olhar para trás, seguir em frente e resignar-me a um corpo que não o sentia como o meu!

Um dia, com toda a calma do mundo consegui mudar… Tinha passado o domingo à tarde a dar a ferro, tinha as pernas inchadas e uma barriga que mais parecia de grávida e estava infeliz. Fui buscar uma paz no dia seguinte não sei onde, não disse nada a ninguém e acho que nem a mim mesma o disse e naquele dia travei o aumento de peso. Não tive de ouvir frases que levassem a palavra dieta, nem pela positiva nem pela negativa. Era eu, comigo apenas, numa jornada serena sem saber aonde iria parar. Não enchi o frigorífico de coisas e mais coisas de dieta; não esvaziei a despensa de coisas que me pudessem fazer mal, não fiz rigorosamente nada!

No dia em que a minha vida mudou (05/05/2014) escrevi isto:

“Já não sei que faça à minha vida, confesso-vos! Cada dia me sinto pior no meu corpo, me sinto mais gorda e feia, com banhas a sair por todos os lados. Detesto ver-me ao espelho e já mesmo sem ser ao espelho, sinto a gordura em mim. Ontem passava a ferro e olhei para baixo… via o alto a minha barriga e mais pareço uma grávida de 4 meses ffffffffffff Acreditem.

Hoje decidi pesar-me não fosse ver um 6 e um 5 na balança. Não estavam lá mas pouco falta: 63,7Kg. O mesmo que pesava em Janeiro quando escrevi que a minha balança estava parva ao ver 64kg. Quem está parva sou eu que não me controlo. Agora o pior é que nem sequer tenho andado a comer chocolates nem coisa parecida…

O principesco perguntou-me o que ia tomar de pequeno-almoço e disse-lhe que depois comia fruta. Tenho a cabeça a andar à roda à procura de uma inspiração divina qualquer que me alivie o espírito e a vontade de comer. Resultado, ainda não comi nada porque não sei para onde me virar. Bebi água e vou voltar a beber pelo menos 1,5L por dia a ver se desintoxico o meu organismo… Precisava mesmo, mesmo era de desintoxicar o cérebro, o espírito, a alma…”

Hoje, com menos um pouco mais de 11Kg, os receios são outros mas a disciplina é imensa. Não ter sido extremamente rígida comigo no que comia mas sim, na quantidade do que comia, não me deixou à beira de um ataque de nervos com vontade de comer este mundo e outro. Hoje, continuo a pesar-me religiosamente para perceber como o meu corpo reage aos alimentos, mas sobretudo e o mais IMPORTANTE, para não perder o meu rumo!

Coisas boas acontecem quando menos esperamos!