Como já vos disse sou a mais nova de cinco filhos, podíamos ter sido
6, se o primeiro não tivesse falecido à nascença. Que horror, nunca falei sobre isto com a minha mãe mas deve ter sido
muito difícil, carregar uma criança 9 meses e vê-la morrer no parto, não quero
imaginar…
A minha sobrinha mais velha nasceu quando eu tinha 11 ou 12 anos, já
não me recordo, mas foi um amor brutal que nutri desde o início por aquela
criança até que aos 3 anos de idade, o meu irmão se divorciou e estive mais de
15 anos sem a ver (coisas de família…). Desde miúda que sempre quis ser mãe;
comecei a namorar aos 15; casei aos 23 e fui mãe aos 25. No primeiro mês que
tentei engravidar consegui e dei à luz a minha linda Princesa. Senti uma
ansiedade tão grande naquele mês que só pensava nas pessoas que querem
engravidar e não conseguem, acho que eu endoidecia se tivesse acontecido comigo…
Quando me separei aos 30, disse que nunca mais voltaria a casar e
muito menos voltaria a ser mãe. Balelas…
Não casei mas juntei-me a 29 de Julho de 2013 e com isso voltou a colocar-se a
questão de ter mais filhos. O Principesco sempre se mostrou recetivo à ideia
mas receoso. Quando no outro dia fui ao funeral da sobrinha da minha prima (por
afinidade) tive a certeza que queria voltar a ser mãe. É horrível no meio duma
tragédia ter este tipo de certezas mas algo em mim fez o click e tive o meu sim
para essa tomada de decisão no futuro. Aliás, já desafiei o principesco mas ele
ainda não se decidiu.
Imagem daqui |
Quando eu e ele andamos às turras é um assunto que acaba por vir à
baila. Nunca discuti tantooooooooooooo na minha vida como discuto com ele, já
não tem conta as vezes que discutimos desde que começamos a namorar. Ele é
impossível nalgumas coisas; casmurro como uma porta; tem uma audição selectiva
e não deixa nada por dizer. Vai buscar coisas do arco-da-velha que para mim já
estão enterradas e deixa-me sempre apalermada com as coisas que lhe saem da
boca para fora. É certo que acabamos sempre por fazer as pazes mas eu sou
difícil e ele idem. Discutimos por causa das miúdas e é certo que iremos discutir
muitas mais vezes, faz parte da vida e de qualquer casamento. Elas estão com 12
anos e cada uma é parvinha á sua maneira; cada uma é querida e doce á sua
maneira e nós, os adultos é que temos de saber lidar com elas. Eu faço um
grande jogo de cintura com as duas mas sou muito diferente dele no que respeita
á educação. É claro que a minha filha acaba por ser parecida comigo porque a
base da educação dela sou eu! As duas não são as melhores amigas e têm dias…
uns dias que estão coladas uma na outra e dançam e estudam juntas; noutros dias
estão cada uma para seu canto e ninguém as ouve. A minha tem uma tendência para
se fechar no quarto e depois a mais nova vai atrás, se ela pode estar eu também posso! Depois há conflitos entre o
Principesco e ela e claro, entre mim e ele. Ffffffffffffffffff
A única coisa que lhe digo a ele, é que elas acabam por resolver os
problemas entre si e compete-nos a nós não nos intrometermos. Se o fizermos,
deve ser sempre pelo lado positivo, desdramatizar, incentivar um pedido de
desculpas e fazê-las seguir em frente e até à data temos conseguido gerir bem (tem dias, claro!).
O Principesco é daqueles que ataca na hora (corrige, chama a atenção e consegue ser chato, muito), eu, deixo
passar e depois actuo, o que o leva a pensar/dizer muitas vezes que eu não tomo
uma atitude em relação a certos assuntos. Se forem coisas básicas do dia-a-dia
é claro que não se deixam passar, refiro-me á toalha que ficou por pendurar; ao
não interrompas que A está a falar, etc. mas depois há as outras coisas… Por
exemplo, no outro dia a minha Princesa aprendeu a fazer umas pulseiras e veio a
correr dizer-me que ia fazer uma para dar à melhor amiga! Eu disse que sim, mas
que a primeira teria de ser para a princesa mais nova, faz parte da boa educação
e de se criarem laços através de pequenos gestos. E conforme foi isto, é em
muitas outras coisas que temos de estar atentos para elas não se magoarem mas que por vezes acontece! O
principesco é mais dramático e diz que não quer que elas sejam hipócritas… não
percebe que as amizades se constroem e que nós
temos de dar uma ajuda mesmo nestas pequenas coisas! ffffffffffffffff
Nós somos leoas/leões no que diz respeito aos filhos e por vezes
também não queremos ouvir algumas coisas, é certo! No entanto eu nunca neguei
que a minha filha de vez em quando é parvinha e ela própria sabe… Eu sei que
ela intimida com aquela cara séria e olhar esguio e já lhe disse isso milhentas
vezes. Quando se esquece fica com um ar leve e feliz mas pronto, de vez em
quando lá vem trombas! Nós também não andamos sorridentes todos os dias nem com
brilho nos olhos… É a vida, com dias melhores e outros piores. A única coisa
que eu acho é que ela precisa de tempo, talvez de mais tempo do que a princesa
mais nova mas em relação a isso não consigo fazer nada…
Educar uma criança não é fácil; ajudar a educar uma criança que não é
nossa é mais difícil ainda, eu sei! Gerir os temas de conversa quando há mais
uma mãe e mais um pai também não é fácil, mas mesmo assim, e apesar de tudo,
acho que nos temos safado bem!
Trazer mais uma criança para o nosso lar pode tombar para dois lados…
Ou cimenta de vez a nossa relação dos 4 + 1 ou pode agravar algumas crises de ciumeira.
Eu acho que no nosso caso iria ser positivo… Ambas as princesas teriam algo
nosso que também seria delas; deixariam de ser o foco dos problemas e também
das atenções e seriamos sim, uma família completa. Tenho saudades do cheiro dos
bebés; de lhes pegar ao colo; de sentir que aquela ‘coisa’ depende de mim/nós
para sobreviver; tenho saudades de quando coçam as gengivas no nosso queixo; de
quando os vemos dormir, de quando acordam com um sorriso que nos enche a alma,
de quando abrem os braços para pedir colo, de quando aprendem a comer, e tudo e
tudo e tudo…
Enfim… foi um desabafo de mãe, companheira, mulher! Deve ser por estar
com o período! LOLOL
Sem comentários:
Enviar um comentário