terça-feira, 19 de março de 2013

Dia do PAI

1993 – Último ano que celebrei o dia do MEU Pai!

Este texto escrevi-o em 31 de Outubro de 2009

PAI...
“Assim que nascemos aprendemos a respirar
Segue-se o palrar, o caminhar e depois o falar
Aprender faz parte do nosso viver,
Desde o nascer até morrer

Crescemos
Aprendemos a lutar pelo que queremos
Vivemos
Constroem-se casas, palácios e castelos
Realizamos alguns dos nossos sonhos mais belos
E os anos vão passando

Depois, depois vem a velhice
Às vezes acompanhada da solidão
Contamos com isso? Queremos acreditar que não…

Envelhecemos, enfraquecemos
Dos mais novos dependemos
E a memória começa a falhar
É difícil recordar o presente
Só o passado ocupa lugar

Ficamos frágeis, debilitados
Lembramo-nos de quando éramos jovens,
De quando emanávamos energia e alegria
E choramos…
Pedimos a Deus que nos leve depressa
Que tenha misericórdia de nós e nos poupe desta agonia
Mas o que os velhos não sabem
É que gostamos deles assim
Honramos a sua presença
Ficamos gratos pela sua existência
E não queremos vê-los partir
Muito menos desistir

No mundo há lugar para todos
E nós, dependemos de vós
Dos vossos ensinamentos e encorajamentos
Das vossas histórias de vida
Das vossas derrotas e vitórias
Porque vocês, os velhos
Fazem parte da nossa história

Estas palavras foram escritas a pensar em alguém, que me/nos deixou há quase 16 anos…

Alguém que vi sofrer
Enquanto ele me via crescer
Era um belo contador de histórias
As mais belas das suas memórias
Também o vi desejar a morte
Mas só ele não sabia
A falta que nos fazia
Mesmo acamado naquele quarto
Enquanto a vida lá fora acontecia
Nunca me hei-de esquecer
No último dia em que o fui ver
E não me conseguiu reconhecer
Foi uma dor que sempre quis esquecer
Mas eu sei, que no lugar onde ele habita
Nunca, mas nunca abdica
De nos ver, reconhecer,
Apreciar a nossa vida acontecer
Porque ele era…
E será sempre…
O meu Pai…
O Nosso Pai...”

Por,
Teresa B.

2 comentários:

  1. Bem... que lindo...! De vez em quando penso que gostava de ter uma relação melhor com o meu pai... mas ele não é fácil... E faz coisas que de vez em quando me deixam completamente danada...

    Mas depois vejo pessoas que já nem o pai têm... e aí, vem-me um peso no coração...! Isto há coisas e coisas, agora quero é aproveitar o tempo que tenho com ele, para depois não haver arrependimentos, como sei que tenho com os meus avós...!

    Por muito irónico que seja - obrigado por este post :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada…

      Nós por vezes também não somos fáceis e não conseguimos agradar a toda a gente…
      Não há pessoas perfeitas, este é o princípio de tudo! Quando aceitamos os outros conforme eles são, torna-se tudo muito mais simples…

      Os meus irmãos não tinham ‘paciência’ para o meu pai porque ele passava a vida a dizer a mesma coisa; perguntar a mesma coisa; contar as mesmas histórias… Mas quando nos limitávamos a responder e a ouvir como se tudo fosse dito pela primeira vez, tínhamos a harmonia instalada… É difícil por vezes, mas se pensarmos que os temos por um tempo indeterminado o seu pensamento é o mais correcto: devemos aproveitar todo o tempo que pudermos porque depois mesmo chatos, vão-nos fazer muita falta!´

      Beijinho grande e um feliz dia para si e para o seu pai!!!

      Eliminar