1993 – Último ano que celebrei o dia do MEU Pai!
Este texto escrevi-o em 31 de Outubro de 2009
PAI...
“Assim que nascemos aprendemos a respirar
Segue-se o palrar, o caminhar e depois o falar
Aprender faz parte do nosso viver,
Desde o nascer até morrer
Crescemos
Aprendemos a lutar pelo que queremos
Vivemos
Constroem-se casas, palácios e castelos
Realizamos alguns dos nossos sonhos mais belos
E os anos vão passando
Depois, depois vem a velhice
Às vezes acompanhada da solidão
Contamos com isso? Queremos acreditar que não…
Envelhecemos, enfraquecemos
Dos mais novos dependemos
E a memória começa a falhar
É difícil recordar o presente
Só o passado ocupa lugar
Ficamos frágeis, debilitados
Lembramo-nos de quando éramos jovens,
De quando emanávamos energia e alegria
E choramos…
Pedimos a Deus que nos leve depressa
Que tenha misericórdia de nós e nos poupe desta agonia
Mas o que os velhos não sabem
É que gostamos deles assim
Honramos a sua presença
Ficamos gratos pela sua existência
E não queremos vê-los partir
Muito menos desistir
No mundo há lugar para todos
E nós, dependemos de vós
Dos vossos ensinamentos e encorajamentos
Das vossas histórias de vida
Das vossas derrotas e vitórias
Porque vocês, os velhos
Fazem parte da nossa história
Estas palavras foram escritas a pensar em alguém, que me/nos deixou há quase 16 anos…
Alguém que vi sofrer
Enquanto ele me via crescer
Era um belo contador de histórias
As mais belas das suas memórias
Também o vi desejar a morte
Mas só ele não sabia
A falta que nos fazia
Mesmo acamado naquele quarto
Enquanto a vida lá fora acontecia
Nunca me hei-de esquecer
No último dia em que o fui ver
E não me conseguiu reconhecer
Foi uma dor que sempre quis esquecer
Mas eu sei, que no lugar onde ele habita
Nunca, mas nunca abdica
De nos ver, reconhecer,
Apreciar a nossa vida acontecer
Porque ele era…
E será sempre…
O meu Pai…
O Nosso Pai...”
Por,
Teresa B.