Quem disse que ser mãe era fácil?
Quem disse que eu era uma mãe perfeita?
Quem disse que eu não erro?
Quem disse que a minha paciência não tem limites?
Sempre quis ser mãe a vida toda e o desejo de voltar a ser ainda
fervilha no meu ser. Mas educar é difícil. Educar sozinha é mais fácil. Educar
com a família alargada não é tão linear assim.
Agora tenho duas crianças em casa, não uma. Uma é filha e a outra é
uma filha ‘emprestada’. Às vezes estão bem-dispostas, alegres e contentes,
outras vezes estão enfiadas cada uma no seu quarto e ninguém as ouve.
Desde as férias que andei a dizer à minha que em Setembro tinha de
voltar a fazer exercício. A indecisão e a preguiça apoderaram-se dela de tal
forma que me consumiu o juízo semanas a fio. Encostou-se à sombra da bananeira
apoiada pela sua impossibilidade de se decidir, uma vez que tinha sido
submetida a uma pequena cirurgia que a inibiu de fazer desporto por quase 3
semanas. Mas a rotina familiar exigia que ela se decidisse e a minha imaginação
esgotava-se a olhos vistos.
Eu: O que queres fazer?
Ela:
Vólei…
Eu: Vólei não dá… Tem de ser alguma coisa
aqui por perto. Basquetebol?
Ela:
Não, já disse que não gosto.
Eu: Andebol?
Ela:
Também não.
Eu: Então o que queres fazer?
Ela:
Hip Hop!
Eu: Queres experimentar na escola da F.?
Ela:
Não!
Eu: Voltas para a tua escola antiga?
Ela:
Também não!
Imagem daqui |
E isto é apenas uma amostra das inúmeras conversas que tivemos… No mês
passado agarrei nela e levei-a à escola de dança onde andou até Julho: Se não queres continuar a fazer ballet, vais falar com a professora. Se
queres hip hop de lá mas afinal não gostas tens de saber porquê! Eu até a
deixava sair do ballet se ela se decidisse por outra coisa que fosse válida, o
que não aconteceu… Andamos nisto dois meses, até que a minha credibilidade como
mãe estava a ser posta em causa. O Principesco não diz grande coisa, mas eu sei
que ele já fervilhava com tanta indecisão!
Domingo perguntei-lhe se ela ia fazer a mochila do ballet! Afinal, ela
tinha prometido à professora que depois da cirurgia, mal pudesse voltava. Nem
que fizesse apenas algumas aulas para ver se a ‘vontade’ voltava! Não quis…
Ommmmmmmmm… Quando ela se foi deitar, dei-lhe um beijo de boa noite e
disse-lhe: -agora vou pensar num castigo! Olhou-me com um ar desconfiado e
disse ‘Ó mãe!’. Saí serena do quarto e deixei-a dormir. De manhã andei às
voltas na cadeira do escritório a pensar. Falei com uma amiga que me sugeriu
fazer alguma coisa com ela, algo que ela gostasse…
Acabei por me decidir: qual seria o pior castigo para quem se quer
baldar às aulas de dança? Seria… Obrigá-la a ir à dança! Tratei de tudo (roupa
para a aula; a ida para a escola, a vinda para casa, etc.). Fui á escola visto
ser a 1.ª vez que ela ia depois das férias… Chegou bem disposta e prontamente me
pediu para lhe fazer o puxo! Deixei-a na sala de aulas com um ar satisfeito!
Quando cheguei do ginásio elas já tinham jantado… Sentiu-me chegar e
prontamente veio ter comigo dizer-me: Mãe, a coreografia do ballet é tão gira! Ah,
e também vou voltar para o jazz!
A sério? São uma caixinha de surpresas como disse a minha querida
amiga… Havia necessidade de tanta consumição? De tanta indecisão? E eu, onde
fico no meio disto tudo? Fico-me pela mãe chata ou… pela mãe chata?
É um facto, temos de ser chatas até ao fim das nossas vidas…
Bom dia Teresa.
ResponderEliminarVenho por este meio demonstrar a minha tristeza para consigo.
Todos os dias passava por este blog, pois as suas perdas e/ou conquistas para minha eram um alento e uma motivação pois afinal nao sou a unica....mas agora Teresa ja nao tem tempo para nós....tudo bem eu entendo...espero sinceramente que esteja tudo bem consigo e com a sua familia..e se conseguir estamos por aqui a sua espera.... 1 beijinho Ana
Obrigada Ana!!!! respondi... por aqui: http://diariodeumateresaroquette.blogspot.pt/2013/10/preciso-de-voces.html
EliminarTambém preciso de vocês! Agora mais do que nunca! <3