A comida sempre foi e continuará a ser um escape emocional. Todas nós
sabemos que quando não estamos bem, uma das primeiras compensações passa pela
comida! Sim, naquelas alturas de desespero, de indecisões, angústia, tristeza,
a comida torna-se numa companheira excelente!
Mas e o depois?
Depois perdemos-lhe o controle e no dia em que sentimos as calças mais
justas; o rosto mais inchado; a barriga mais saliente, temos mais um problema a
somar a todos os outros que já tínhamos sobre os ombros.
Às vezes é preciso parar para olhar para nós, definir prioridades sem
deixar que umas coisas interfiram com as outras. Já pensaram que se sentissem
bem com o vosso corpo, confiantes e tivessem prazer de desfilar na rua, que
quando olhassem para o vosso reflexo numa montra e gostassem do que viam, não pareceria
que tudo na vida é mais simples do que parece?
Eu sou assim… Eu fui assim até que lhe perdi o rumo, como sabem, e fui
ter aos 64kg. Estava gorda (para a minha altura e de acordo com os meus padrões
de beleza, note-se) e aquele patamar não me dava qualquer tipo de consolo, nem
a própria comida uma vez que já a sentia como uma das minhas maiores inimigas.
Estão lembradas que perdi 12kg no ano passado?! Faz agora em Maio um
ano que mudei a minha postura em relação à comida, mas isso não quer dizer que
de vez em quando não me sinta descarrilar. Comer é um dos meus maiores
prazeres, assim como cozinhar para mim e para os outros! Aprendi a comer de
tudo, com moderação e encontrei formas de controlar os impulsos que me faziam
entrar num supermercado, comprar uma tablete de chocolate e come-la numa assentada.
Aliás, acho que nem sequer voltei a comer chocolate desde então porque não
sinto falta, sou mais aquela pessoa que se tenta a comer um croquete se for
para pecar!
Relembro o essencial na minha perda de peso:
. QUANTIDADES MODERADAS DE TUDO,
sopa inclusive!
Muita gente diz que a fruta não engorda (errado); a sopa não engorda,
os legumes não engordam… errado! A fruta
está carregada de açúcar (frutose) e num processo de cetose, em que o nosso
corpo está a recorrer à gordura para produzir energia (levando-nos a perder
peso) uma peça de fruta é o suficiente para interromper este processo. Nunca
deixei de comer fruta, mas deixei de a ver como sobremesa ou como recurso para
matar a fome. Ainda hoje a única peça de fruta que como é uma maçã a meio da
tarde, sempre com 1 tosta. Contudo, isto não quer dizer que num fim-de-semana
não possa comer uns morangos como sobremesa num almoço de família (sem açúcar
de preferência mas se tiver de ser, ninguém morre).
A sopa… encontramos na
internet uma variedade imensa de sopas que dizem ‘fazer emagrecer’! Eu não sou
fã porque simplesmente adoro sopa e lá em casa, as minhas sopas incluem sempre
grão ou feijão e de vez em quando massinhas. Gosto de uma sopa saborosa com
direito a tudo, inclusive a base da minha sopa começa sempre com estalar a
cebola em azeite e só depois é que vou acrescentando os legumes. Agora perguntem-me
se como 2 tigelas de sopa? Não… Como 1 boa concha de sopa e basta-me! Mas
prefiro uma tigela cheia de sabor do que uma tigela cheia duma coisa deslavada…
Os legumes… Ah, porque os
legumes não engordam e podemos comer abundantemente! Mentira… Quanto mais
coloridos são os legumes, mais açúcares têm e não nos podemos esquecer que
muitos deles ao serem cozidos, libertam mais açúcar. Por isso, modere as
quantidades dos legumes, independentemente do legume que se tratar. Os que são
consumidos em cru são sempre mais inócuos do que os que são cozinhados. É claro
que os podemos/devemos cozinhar sempre duma forma saudável (pessoalmente gosto
muito de legumes salteados mas nunca faço grandes misturas, saltei-o um, no
máximo 2). Aqui o princípio deve ser a disciplina e habituarmo-nos a comer
menos… Se continuarmos a comer um prato cheio, mesmo que seja a transbordar de
legumes, é como que se disséssemos ao nosso cérebro que só assim ficamos saciados,
quando o que pretendemos é aprender a comer menos, a comer de tudo um pouco e
moderadamente!
As proteínas… Já fiz todo o
tipo de dietas, cada uma com o seu princípio. Para mim, as dietas à base
proteínas deixam-me com uma carência de açúcar que tecnicamente, não vos sei
explicar, além de me sentir ‘intoxicada’. Comigo não resulta, aliás só de
pensar que não posso comer ‘isto ou aquilo’ é o que mais me apetece! Como e
sempre comi proteínas mas uma vez mais, em pequenas porções.
Por isso, na minha dieta sempre incluí de tudo, excepto as massas e o
arroz que já há muitos anos que não tenho por hábito comer, mas isto não quer
dizer que não coma! Sou fã dum bom arroz de forno ou de uma boa cabidela; babo
com as minhas batatas fritas com alecrim e quando as faço, podem ter a certeza
que também as como, apenas não como se o mundo fosse acabar amanhã!
Sentirmo-nos bem com o nosso corpo dá-nos uma paz interior inigualável…
Por isso um bom regime alimentar é sem dúvida um grande aliado para nos ajudar
a superar os problemas da nossa vida.
Mimem-se; cuidem-se; tratem de vocês como tratam dos vossos! E não tem
mal nenhum pecar, desde que saibamos recuperar no dia seguinte de forma a
mantermos o nosso rumo, o nosso objetivo. Não sejam demasiado exigentes, basta
que ‘Go with the flow’ como se costuma dizer e vão ver que mais tarde ou mais
cedo terão resultados.
Qualquer coisa estou sempre ao vosso dispor, como sempre!