quarta-feira, 7 de maio de 2014

Filhas e o desejo de voltar a ser Mãe

Como já vos disse sou a mais nova de cinco filhos, podíamos ter sido 6, se o primeiro não tivesse falecido à nascença. Que horror, nunca falei sobre isto com a minha mãe mas deve ter sido muito difícil, carregar uma criança 9 meses e vê-la morrer no parto, não quero imaginar…

A minha sobrinha mais velha nasceu quando eu tinha 11 ou 12 anos, já não me recordo, mas foi um amor brutal que nutri desde o início por aquela criança até que aos 3 anos de idade, o meu irmão se divorciou e estive mais de 15 anos sem a ver (coisas de família…). Desde miúda que sempre quis ser mãe; comecei a namorar aos 15; casei aos 23 e fui mãe aos 25. No primeiro mês que tentei engravidar consegui e dei à luz a minha linda Princesa. Senti uma ansiedade tão grande naquele mês que só pensava nas pessoas que querem engravidar e não conseguem, acho que eu endoidecia se tivesse acontecido comigo…

Quando me separei aos 30, disse que nunca mais voltaria a casar e muito menos voltaria a ser mãe. Balelas… Não casei mas juntei-me a 29 de Julho de 2013 e com isso voltou a colocar-se a questão de ter mais filhos. O Principesco sempre se mostrou recetivo à ideia mas receoso. Quando no outro dia fui ao funeral da sobrinha da minha prima (por afinidade) tive a certeza que queria voltar a ser mãe. É horrível no meio duma tragédia ter este tipo de certezas mas algo em mim fez o click e tive o meu sim para essa tomada de decisão no futuro. Aliás, já desafiei o principesco mas ele ainda não se decidiu.

Imagem daqui
Quando eu e ele andamos às turras é um assunto que acaba por vir à baila. Nunca discuti tantooooooooooooo na minha vida como discuto com ele, já não tem conta as vezes que discutimos desde que começamos a namorar. Ele é impossível nalgumas coisas; casmurro como uma porta; tem uma audição selectiva e não deixa nada por dizer. Vai buscar coisas do arco-da-velha que para mim já estão enterradas e deixa-me sempre apalermada com as coisas que lhe saem da boca para fora. É certo que acabamos sempre por fazer as pazes mas eu sou difícil e ele idem. Discutimos por causa das miúdas e é certo que iremos discutir muitas mais vezes, faz parte da vida e de qualquer casamento. Elas estão com 12 anos e cada uma é parvinha á sua maneira; cada uma é querida e doce á sua maneira e nós, os adultos é que temos de saber lidar com elas. Eu faço um grande jogo de cintura com as duas mas sou muito diferente dele no que respeita á educação. É claro que a minha filha acaba por ser parecida comigo porque a base da educação dela sou eu! As duas não são as melhores amigas e têm dias… uns dias que estão coladas uma na outra e dançam e estudam juntas; noutros dias estão cada uma para seu canto e ninguém as ouve. A minha tem uma tendência para se fechar no quarto e depois a mais nova vai atrás, se ela pode estar eu também posso! Depois há conflitos entre o Principesco e ela e claro, entre mim e ele. Ffffffffffffffffff

A única coisa que lhe digo a ele, é que elas acabam por resolver os problemas entre si e compete-nos a nós não nos intrometermos. Se o fizermos, deve ser sempre pelo lado positivo, desdramatizar, incentivar um pedido de desculpas e fazê-las seguir em frente e até à data temos conseguido gerir bem (tem dias, claro!).

O Principesco é daqueles que ataca na hora (corrige, chama a atenção e consegue ser chato, muito), eu, deixo passar e depois actuo, o que o leva a pensar/dizer muitas vezes que eu não tomo uma atitude em relação a certos assuntos. Se forem coisas básicas do dia-a-dia é claro que não se deixam passar, refiro-me á toalha que ficou por pendurar; ao não interrompas que A está a falar, etc. mas depois há as outras coisas… Por exemplo, no outro dia a minha Princesa aprendeu a fazer umas pulseiras e veio a correr dizer-me que ia fazer uma para dar à melhor amiga! Eu disse que sim, mas que a primeira teria de ser para a princesa mais nova, faz parte da boa educação e de se criarem laços através de pequenos gestos. E conforme foi isto, é em muitas outras coisas que temos de estar atentos para elas não se magoarem mas que por vezes acontece! O principesco é mais dramático e diz que não quer que elas sejam hipócritas… não percebe que as amizades se constroem e que nós temos de dar uma ajuda mesmo nestas pequenas coisas! ffffffffffffffff

Nós somos leoas/leões no que diz respeito aos filhos e por vezes também não queremos ouvir algumas coisas, é certo! No entanto eu nunca neguei que a minha filha de vez em quando é parvinha e ela própria sabe… Eu sei que ela intimida com aquela cara séria e olhar esguio e já lhe disse isso milhentas vezes. Quando se esquece fica com um ar leve e feliz mas pronto, de vez em quando lá vem trombas! Nós também não andamos sorridentes todos os dias nem com brilho nos olhos… É a vida, com dias melhores e outros piores. A única coisa que eu acho é que ela precisa de tempo, talvez de mais tempo do que a princesa mais nova mas em relação a isso não consigo fazer nada…

Educar uma criança não é fácil; ajudar a educar uma criança que não é nossa é mais difícil ainda, eu sei! Gerir os temas de conversa quando há mais uma mãe e mais um pai também não é fácil, mas mesmo assim, e apesar de tudo, acho que nos temos safado bem!

Trazer mais uma criança para o nosso lar pode tombar para dois lados… Ou cimenta de vez a nossa relação dos 4 + 1 ou pode agravar algumas crises de ciumeira. Eu acho que no nosso caso iria ser positivo… Ambas as princesas teriam algo nosso que também seria delas; deixariam de ser o foco dos problemas e também das atenções e seriamos sim, uma família completa. Tenho saudades do cheiro dos bebés; de lhes pegar ao colo; de sentir que aquela ‘coisa’ depende de mim/nós para sobreviver; tenho saudades de quando coçam as gengivas no nosso queixo; de quando os vemos dormir, de quando acordam com um sorriso que nos enche a alma, de quando abrem os braços para pedir colo, de quando aprendem a comer, e tudo e tudo e tudo…


Enfim… foi um desabafo de mãe, companheira, mulher! Deve ser por estar com o período! LOLOL

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